Maurício Manfré, gestor do Programa Brasil Trade da ApexBrasil, destaca os principais trabalhos da entidade no fomento ao comércio exterior brasileiro. Ele participará do V Encontro CECIEx, em 27 de agosto, no Renaissance Hotel.
- Quais têm sido as conquistas do projeto Brasil Trade para as exportações brasileiras nos últimos anos?
Maurício Manfrê – O projeto teve início em 2009, quando a ApexBrasil identificou a necessidade de apoio específico às MPME’s para que as elas iniciassem e mantivessem suas exportações. Com isso, desenvolvemos um grande estudo, liderado pela FGV, para a composição do setor comercial exportador brasileiro, suas características, dificuldades e propostas de desenvolvimento. O trabalho foi finalizado em 2009, a tempo do I Encontro CECIEx, e apresentamos a primeira versão do diretório das empresas comerciais exportadoras, meio pelo qual elas poderiam divulgar suas atividades quanto aos produtos que exportavam e os mercados atendidos, além dos demais dados de contato para que, tanto importadores como produtores brasileiros, pudessem consultar os dados e fazer contato direto.
Sobre as conquistas do projeto, já realizamos diversas ações institucionais de desenvolvimento do setor comercial exportador, dentre elas o apoio à criação do CECIEx como entidade autônoma e capaz de congregar as comerciais exportadoras e importadoras, representando-as e defendendo seus interesses. No âmbito da promoção comercial, realizamos 12 rodadas de negócios entre comerciais exportadoras e compradores provenientes de mais de 30 países, tanto no Brasil como no exterior. E, por meio das mais de 60 oficinas de negócio Brasil Trade, aproximamos MPME’s das comerciais exportadoras participantes do projeto, criando novas oportunidades de negócios.
- Como tem se dado o crescimento de novas empresas dentro do segmento das comerciais exportadoras?
Maurício Manfrê – Consideremos as cerca de 700 empresas comerciais que participam do projeto Brasil Trade da ApexBrasil. Suas exportações em 2010 foram de pouco mais de US$ 3 bilhões. Em 2011, houve um aumento de 198%, elevando as exportações do mesmo grupo para US$ 6,1 bilhões. Em 2012, apesar das dificuldades econômicas, exportaram US$ 5,7 bilhões. Creio que os números falam por si quanto ao sucesso que o setor tem experimentado.
- O que as indústrias dentro do perfil MPME’s devem fazer para conseguir colocar seus produtos no mercado internacional?
Maurício Manfrê – O grande passo inicial é incluir a exportação na estratégia da empresa. É necessário que a atividade exportadora se torne um objetivo dentro da estrutura empresarial. A compreensão de que a verdadeira competitividade será alcançada apenas quando a empresa tiver visibilidade internacional deve ser construída.
O segundo passo é estabelecer parcerias sólidas com empresas dedicadas ao comércio internacional. As comerciais exportadoras têm no comércio exterior a razão de sua existência e, assim, construíram vasta experiência na execução das atividades fundamentais do comércio internacional, além de contarem com rede de relacionamento internacional estabelecida. Cabe ao empresário aproveitar toda essa experiência e, mediante mútuo acordo, contar com a comercial exportadora para que seu produto ultrapasse fronteiras.