Pesquisa inédita da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje), lançada na segunda-feira (2/9), mostra que na agroindústria nacional é baixo o investimento em comunicação. Conforme o estudo, o orçamento anual médio da área de comunicação para um quarto dos entrevistados é de apenas entre R$ 100 mil e R$ 500 mil. Mais: 11% tem um orçamento de até R$ 50 mil e somente 6% dos participantes têm orçamento acima de R$ 6 milhões.
O valor investido pelas empresas do setor agronegócio é baixíssimo frente a outros segmentos, diz em comunicado o diretor geral da Aberje, Hamilton dos Santos. “A média da indústria automotiva ou farmacêutica, por exemplo, fica na casa dos R$ 6 milhões/ano, excluindo marketing ou produto específico. O setor precisa investir mais em comunicação”, informa.
O diretor geral acrescenta que o setor do agronegócio ainda não encara a comunicação como uma área estratégica para a atividade. “Embora nós do mercado de comunicação já tivéssemos conhecimento disso, os números confirmam que os responsáveis pela comunicação das empresas do setor agro não sentam na mesa de decisão, ou seja, não participam da tomada de decisão”, explica.
As mídias sociais e a internet/intranet são os canais mais utilizados pelas áreas de comunicação dos participantes da pesquisa. Os canais mais utilizados pelas áreas para comunicação com seus públicos são: as mídias sociais (74%), a internet/intranet (67%), os jornais e revistas on line (33%), as revistas impressas (33%) e as feiras e eventos (31%).
Participaram do estudo 60 empresas, entre associadas e não associadas à Aberje, e que apresentaram um total de receita líquida da ordem de R$ 808,7 bilhões, representando 12,2% do PIB brasileiro de 2017. A coleta de dados ocorreu entre os meses de março e julho de 2019, por meio de autopreenchimento em sistema on line.
Em 2017, nós já apontávamos tal falta de visão e de investimentos em ações de comunicação. Desde então, pouco se realizou no sentido de fortalecer a imagem do agronegócio nacional, que passa periodicamente por crises que certamente poderiam ser minimizadas se a imagem tivesse sido trabalhada adequada e sistematicamente. (Agronegócio brasileiro: sem estratégia contínua de branding, só pode viver de reação – Março, 2017)