No último dia 16 o WTC Events Center foi palco do Seminário Perspectivas para o Agribusiness 2016-2017, promovido pela BM&FBOVESPA. A 15ª edição do evento ocupou a manhã e a tarde com palestras e painéis envolvendo grandes nomes do agronegócio, como Fábio Dutra, diretor da BM&FBOVESPA, Marcos Lutz, CEO da Cosan, o consultor Roberto Rodrigues, o presidente executivo do Santander Brasil Sérgio Rial e o sócio-fundador da Ecoagro Moacir Teixeira, entre outros.

Reunimos os principais momentos do seminário, onde se discutiu a importância do agronegócio brasileiro para as economias nacional e internacional e as ações que possibilitarão um crescimento sustentável da atividade.

Após a abertura do evento, a primeira palestra do dia foi ministrada por Roberto Rodrigues, coordenador do Centro de Agronegócio da FGV, com o tema “A reconstrução do agronegócio no Brasil”.

Para Rodrigues, a reconstrução sustentará o crescimento do Brasil. O país tem todas as condições em termos de áreas agriculturáveis, conhecimento e experiência em produção de alimentos que pode levá-lo a ser chave na oferta mundial. Políticas públicas aplicadas ao setor são fundamentais para a sustentação. Rodrigues destacou a atuação do governo atual em ativar rapidamente os acordos comerciais pelo mundo.

A apresentação de Roberto Rodrigues se encontra ao final deste texto

 

samuel luiz e jose roberto

O painel “Impactos do câmbio sobre a economia e o agronegócio brasileiro” reuniu Samuel Pessoa, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da FGV, José Roberto Mendonça de Barros, economista e sócio da MB Associados e teve como moderadora Zeina Latif, economista-chefe da XP Investimentos.

  • Na visão de Samuel, o cenário econômico atual é pessimista – crescimento zero 2016, desemprego piorando neste ano. A crise tem que enfrentar variáveis diversas:
  • Solvência do Tesouro Nacional
  • Imprevisibilidade dos fatos inibindo investimentos
  • Queda da produção da indústria
  • Crise inflacionária iminente
  • Câmbio afetado por fatores internos (aprovação do ajuste fiscal) e externos (crescimento da economia nos EUA).

Mendonça de Barros prevê o PIB do agronegócio de 3,8% em 2017 puxando o PIB do país estimado em 2%. O agronegócio sofre hoje com restrição de crédito e é afetado por agentes alavancados.

As commodities recuperaram os preços no mercado internacional nos últimos 12 meses. A evolução do câmbio favoreceu a renda. O ciclo de inovação impulsiona o setor que trabalha em modelo aberto. A produtividade compensa as falhas do sistema e favorece o crescimento do agronegócio. O investimento em infraestrutura é chave para o aumento da produtividade.

O crescimento do agronegócio no momento atual de restrição de recursos financeiros depende de três fatores:

  • Disciplina financeira
  • Evolução do mercado de capitais
  • Seguro agrícola

A apresentação de Mendonça de Barros encontra-se ao final deste texto

O Painel 2 – “Desafios e oportunidades para o agronegócio brasileiro” contou com os seguintes empresários:

  • Marcos Marinho Lutz, diretor presidente da Cosan Limited
  • Luiz Lourenço, presidente do Conselho de Administração da Cocamar Cooperativa Agroindustrial
  • Welles Pascoal, presidente da Dow AgroSciences
  • Moderador: Ivan Wedekin, diretor da Wedekin Consultores

Confira aqui as apresentações de Marcos Lutz e de Luiz Lourenço.

 

Guilherme Nastari, da DATAGRO, participou do terceiro painel “Cenários para o mercado de commodities”, juntamente com John Kemp (Reuters), André Pessoa (Agroconsult) e contando com Ivan Medekin como mediador.

Nastari destacou que houve um aumento da oferta de açúcares por conta do clima. A produção volta a ter recorde de 38,1 milhões de toneladas na presente safra 2016/2017.

A produção de etanol deve cair na safra atual enquanto que a produção de açúcar baterá recorde em termos nominais. O aumento do consumo internacional, câmbio e perspectivas de crescimento das exportações motivam a indústria.

Abaixo estão as apresentações do 3o. painel.

“Mercado de capitais e os instrumentos de financiamento para o agronegócio” foi o tema do painel 4 que contou com a participação de Jonatas Couri, gerente nacional de Soluções Financeiras da Syngenta Brasil, Moacir Teixeira, sócio-fundador do Grupo Ecoagro, Tiago Lessa, sócio do Pinheiro Neto Advogados e tendo como moderador Fabio Dutra, diretor Comercial e de Desenvolvimento de Mercado da BM&FBOVESPA.

O painel foi aberto por Fábio Dutra apresentando como a BM&FBOVESPA está estruturada para dar suporte ao agronegócio com as operações de mercado de capitais como alternativa de financiamento.

Moacir Teixeira destacou que  todos os títulos para financiamento do agronegócio já estão no mercado. O caminho atual é derivar, usar melhor o que já existe. A participação percentual do financiamento público tende a reduzir em relação a outras alternativas por conta da redução de

Mercado de Capitais para Agronegócio - Perspectivas para o Agribusiness

Mercado de Capitais para Agronegócio – Perspectivas para o Agribusiness

recursos disponíveis e novas alternativas de financiamento do mercado de capitais.

O crescimento do agronegócio depende do ajuste fiscal e equalização das taxas de juros. O financiamento do agronegócio deve respeitar os ciclos produtivos de cada cultura e a securitização trabalha bem este conceito. Os CRAs – Certificados de Recebíveis do Agronegócio, devem ter um mínimo de regulamentação para poder promover o crescimento do mercado. A isenção de FDIC e regulamentação de investimento referenciado em moeda estrangeira são importantes para sustentar o crescimento.

Na visão de Tiago Lessa, os players do mercado do agronegócio devem usar mais e melhor tudo o que já está disponível. A regulamentação do mercado de capitais para o setor deve usar o visão do investidor estrangeiro para transmitir confiabilidade no investimento. As debêntures incentivadas são também opção de financiamento. As inovações colaboram para que a garantia dos títulos. Os certificados de recebíveis do agronegócio surgem como opção para reestruturar e equacionar as dívidas dos produtores e indústrias do agronegócio.

Jonatas Couri vê que há um enorme potencial para captação de investimentos estrangeiros. Entende que o setor deve priorizar a sustentabilidade e alta tecnologia. As operações com CRAs devem ter semelhança em termos de governança com o lançamento de ações no mercado. Os colaterais na securitização ajudam a ponderar custos e riscos – o modelo é flexível e robusto.

Apresentação de Roberto Rodrigues

Apresentação de José Roberto Mendonça de Barros

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